Independência do Brasil
Uma das coisas mais fascinantes na história é a compreensão da perspectiva de quem a faz, a partir dos registros disponíveis.
O dia 07 de setembro de 2021 comemora 199 anos da data em que o Brasil passou do status de colônia portuguesa para o de um país independente. Uma das pinturas mais famosas sobre o evento, intitulada “Independência ou morte” foi feita por Pedro Américo, em 1888 – hoje disponível no Museu do Ipiranga, em São Paulo. Sendo um artista acadêmico dedicado à defesa da monarquia, a data de criação do quadro é fundamental para compreendermos a sua intenção: em 1888, a monarquia já estava com os seus dias contados após a abolição da escravidão. No ano seguinte, em 1889, sofreria o golpe que marca o seu fim, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
Antecipando o pior, Pedro Américo busca dar um último suspiro de vida para a monarquia através da arte. Na pintura, o artista utilizou de técnicas que apelavam para certos pontos de vista.
O primeiro e mais evidente é Pedro I colocado ao centro da figura, com espada em punho em um gesto imponente.
Os nobres que o acompanhavam também são destacados a partir do relevo, fundamental para a compreensão dos outros elementos da imagem ao redor: um homem à esquerda, representando o povo que o assistia, e a cavalaria do exército inspirada pelos dizeres do príncipe regente.
A sensação de movimento do relevo na imagem ao redor de Pedro I é proposital: a perspectiva de quem olhasse o colocaria como um dos participantes do momento épico.
Hoje sabemos que os elementos foram bastante romantizados. Um dos principais é a utilização de cavalos ao invés de mulas, montaria mais provável por possuir mais resistência em viagens de longo percurso.
O segundo é a própria imponência de Pedro I. Os registros indicam que ele sofria de grave problema intestinal próximo ao dia 07, viajando só em caso de extrema necessidade.
A presença do povo e do exército também é fictícia, além de o relevo possuir incongruências com o realmente existente. Apesar disso, a pintura entrou para o imaginário nacional como verdadeira.
Elementos como poder, nação e governo são concepções abstratas que precisam de símbolos para torná-los concretos. Dentro desse ponto de vista, Pedro Américo cumpriu sua função, mesmo que a monarquia não tenha resistido.
As datas comemorativas nacionais são fundamentais para isso: símbolos palpáveis que nos unem como nação, a partir de uma memória coletiva.
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